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A reportagem a seguir foi cedida e autorizada pela revista "Quatro Rodas" para publicação exclusiva no Monza Clube. Aproveite para visitar o site da revista clicando na imagem ao lado. |
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Monza: impecável aos 50.000 km |
(Edição nº 329, dezembro de 1987) |
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Surpreendente: o Monza 2.0 chegou aos 50.000 km em ótimo estado e mais veloz que no começo do teste. Um carro ambicionado por todos e sempre solicitado pelos que deviam viajar a serviço. Por isso mesmo, nosso Monza 2.0 precisou de menos de 11 meses para chegar aos 50.000 km do teste _o que equivaleu à média de 150 km por dia. Mais importante que isso: durante todo o tempo, o carro apresentou um número de problemas bem reduzido _e nenhum deles grave. Construiu assim uma imagem de confiabilidade e segurança, que tornaria desnecessário um surpreendente reforço final, trazido pela revisão dos 50.000 km. A concessionária encarregada do serviço _Convel Jardins (SP)_ nos devolveu o carro com o motor quase que refeito. Trocou bronzinas e anéis, retificou o cabeçote, bruniu os cilindros _praticamente retificou o motor, e fez tudo dentro da garantia de fábrica. Diante de nossa surpresa, explicaram que esse trabalho é necessário em todos os motores Monza de última geração que chegam a essa quilometragem.
0 a 10.000 km Compramos o Monza 2.0, duas portas, três volumes, cor preta, a 29 de setembro de 1986. Era a versão SL/E, já modelo 87, com alguns acessórios _entre eles vidros verdes, vidro têrmico traseiro, rodas de alumínio e faróis halógenos. Lacrado a 3 de outubro, o carro só começou a viajar no dia 24, seguindo para Limeira. Usado depois em São Paulo e arredores, sua primeira viagem mais demorada foi pelo litoral paulista e fluminense, do Guarujá até Angra dos Reis. Nessa viagem litorânea, surge o primeiro pequeno defeito _que, aliás, se repetiria, como resultado das más condições de nossas estradas_, uma ligeira vibração na direção.Levado a nossa pista de Limeira para a primeira série de medições, o Monza 2.0 chegou à velocidade máxima de 161,95 km/h (com melhor passagem a 164,2 km/h), acelerou de 0 a 100 km/h em 11,43 segundos e fez 11,61 km/litro à velocidade constante de 80 km/h, em quinta marcha. Nova viagem ao litoral, algum tempo de uso na cidade e, então, com o hodômetro marcando 7.296 km, anotamos ligeiros defeitos: a luz interna acendia sozinha quando o carro passava por um buraco, surgiu um ruído na suspensão dianteira e um rangido de plástico no volante.
Depois de viajar ao interior paulista, até Marília e Santa Cruz do Rio Pardo, o carro voltou ao litoral. E, aos quase 10.000 km, dois novos probleminhas: caiu a borracha do batente da portinhola do tanque e ao mesmo tempo o marcador de combustível tornou-se impreciso. Esse defeitos e os anteriores foram apontados à concessionária Duarte, Chaves & Cia., onde fizemos a revisão dos 10.000 km. Foram resolvidos satisfatoriamente.
10.000 a 20.000 kmEsta segunda etapa do teste começou com uma viagem ao Rio, para o Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Usado um pouco em São Paulo, o Monza voltou depois ao Rio e então apareceu um barulho no escapamento.
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A viagem seguinte foi à região serrana do Estado do Rio. De volta a São Paulo, era o momento da revisão dos 20.000 km. Levamos o Monza à concessionária Pereira Barreto e apontamos os poucos defeitos encontrados. Entre os consertos feitos, estava a troca de um amortecedor dianteiro _era ele a causa do barulho na suspensão_ e das pastilhas dos freios dianteiros. Os problemas ficaram resolvidos satisfatoriamente _exceto a imprecisão do marcador de combustível, que persistiu. Também julgamos incorreta a troca de apenas um dos amortecedores dianteiros: mesmo que o outro estivesse bom, o certo seria trocar o par.
20.000 a 30.000 kmAssim que saiu da revisão, o Monza foi de novo ao Rio. Voltou a São Paulo, seguiu para Bauru, e então iniciou sua mais longa viagem: ao Nordeste, passando por Salvador, Aracaju e muitas praias. Na volta, em Vitória, foi feita a revisão dos 30.000 km. Pedimos que alinhassem a direção e banceassem as rodas _para eliminar pela segunda vez certa vibração no volante_, além de que observassem a origem de um barulho no painel e nas guarnições das portas. Tudo foi feito a contento na concessionária Autovil.
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O Monza chegou a São Paulo a 21 de maio, em perfeito estado. Pouco depois rumava para o Sul. A 13 de junho, em Porto Alegre, o escapamento soltou-se e surgiram ruídos no painel. De volta a São Paulo, seguiu outra vez para o Rio, e ao retornar o hodômetro marcava 40.031 km. Hora de nova revisão.
40.000 a 51.056 kmA revisão foi feita na concessionária Convel. Entregamos o carro dia 29 de junho e o recebemos dia 3 de julho. Trocaram o filtro de óleo, embora a fábrica recomende fazer isso aos 50.000 km. Assim, o Monza iniciou a última fase do teste com uma viagem a Angra dos reis, seguida de outra a Porto Alegre e arredores.
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Voltou a São Paulo a 4 de agosto marcando 45.665 km. O único problema encontrado foi na luz-espia da partida a frio, que não indicou a falta de combustível. Depois, o carro teve uso urbano e fez só mais duas viagens, uma ao Rio e outra a Porto Alegre. Completada a quilometragem necessária à última revisão, o Monza foi entregue à Convel Jardins. E aí surgiu a maior surpresa do teste. A concessionária encontrou um ruído de fundo no motor e achou necessário desmontá-lo e revisá-lo inteiramente, na garantia. Trocou ainda as pastilhas dos freios e o protetor do cárter, entre outras peças. Surpreendente mesmo foi que o carro saiu perfeito como um 0 km, sob todos os aspectos, e sem o menor ruído. Uma revisão incrível, que nos deixou uma indagação: por acaso teriam descoberto que o Monza era de Quatro Rodas e reservado a ele um tratamento especial? A surpresa prosseguiu na pista de Limeira, para os testes finais: todas as marcas foram melhores que as conseguidas quando o carro estava novo. A velocidade máxima passou de 161,95 para 167,15 km/h. A aceleração baixou de 11,43 para 10,51 segundos. E a retomada de 40 a 100 km/h passou de 26,17 para 24,19 segundos. Em suma, o Monza ficou melhor aos 50.000 km do que estava quando começou a rodar...
Relação dos defeitos2.447 km: pequena vibração na direção.
7.296 km: luz interna acendendo sozinha quando o carro passa em buraco. Ruído na suspensão dianteira junto à roda esquerda. Rangido de plástico no volante de direção. Porta-luvas com fecho danificado, fica sempre aberto. Cursor direcional do ar do painel quebrado.
9.986 km: cai borrachinha do batente da portinhola do tanque. Marcador de combustível com defeito.
11.853 km: direção trepida.
13.225 km: ruído no escapamento.
17.001 km: descola-se parte superior da borracha de vedação da porta esquerda.
27.110 km: fura pneu traseiro esquerdo.
28.000 km: direção trepida. Soltam-se as guarnições das portas.
36.765 km: solta-se escapamento. Ruídos no painel.
47.809 km: ruídos na carroceria, do lado do passageiro.
Os resultadosDESEMPENHO: melhorou sensivelmente depois da revisão dos 50.000 km, em que foi feito um ajuste geral no motor, deixando-o como novo.
CONSUMO: oscilou entre 8,66 e 7,89 km/l. No geral, média de 8,15 km/l de álcool, boa para o tamanho e o tipo de carro.
MOTOR: nenhum problema em todo o teste. Mesmo no final, o ruído que provocou a troca de bronzinas era quase imperceptível.
CÂMBIO: funcionou perfeitamente. Alguns discutem a relação de marchas: prefeririam um câmbio mais curto, como o do S/R.
FREIOS: bons o tempo todo, no uso normal e em freadas de emergência. Pararam o carro em espaços normais, sem alterar a trajetória.
DIREÇÃO: muito boa, mas prejudicada pelas más condições de nossas estradas, o que desbalanceava as rodas, produzindo vibrações.
ESTABILIDADE: um aspecto muito elogiado do carro. Ele transmitiu sempre confiança aos que o usaram, em qualquer tipo de piso.
CONFORTO: sem dúvida, outro destaque. Único senão, o nível de ruído: foi aumentando devido ao desgaste de certas peças de plástico.
INSTRUMENTOS: painel bom, completo. No início do teste, a luz de advertência não acendeu quando o reservatório de gasolina estava vazio.
PNEUS: mostravam apenas o desgaste normal depois de terem rodado 50.000 km. Em todo o teste, houve um único furo.
CARROCERIA: bom estado, nenhum ponto de ferrugem. Único problema foi o desgaste ou quebra de peças de plástico, como os cursores de ar.
CONCESSIONÁRIAS: atendimento normal em todas e excepcional na última revisão: devolveram o carro com o motor praticamente novo.
Veja como ficou o motor: perfeito
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Embora o motor de nosso Monza 2.0 não tenha tido nenhum tipo de problema ao longo de 11 meses de uso e 50.000 km rodados, gostaríamos _justamente por isso_ de ver como ele ficou depois disso. Mas a concessionária onde fizemos a última revisão não deixou: alegando que o motor estava "batendo biela" _se isso aconteceu, o ruído foi imperceptível para nós_, desmontou-o completamente, trocou alguns de seus principais componentes internos e praticamente fez uma retífica geral. Tudo por conta da garantia. Assim, quando desmontamos o carro _como é de praxe_ ao final de nosso teste, o motor (foto acima) estava rigorosamente perfeito. Para a concessionária, esse tipo de trabalho é normal na revisão dos 50.000 km. Esperamos portanto que todos os donos de Monza sejam beneficiados com o mesmo tratamento numa revisão semelhante.
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Veja como ficaram as peças
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Os números do teste
Consumo a velocidade constante (km/l)
Velocidade indicada (km/h) |
Marcha usada |
Consumo (km/l) 0 km |
Consumo (km/l) 50.000 km |
40 |
5ª |
13,32 |
15,90 |
60 |
5ª |
12,46 | 13,42 |
80 |
5ª |
11,61 | 11,93 |
100 |
5ª | 10,46 | 9,71 |
120 |
5ª | 8,16 | 8,55 |
.Consumo médio (km/l)
00.000 a 10.000 km |
8,42 |
10.000 a 20.000 km |
7,89 |
20.000 a 30.000 km |
7,98 |
30.000 a 40.000 km |
7,47 |
40.000 a 51.056 km |
8,66 |
00.000 a 51.056 km |
8,15 |
Aceleração (tempo em segundos)
Var. velocidade real (km/h) |
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.................0 - 40 |
1ª |
2,64 |
2,51 |
||||||
.................0 - 60 |
1ª / 2ª | 4,78 | 4,42 | ||||||
.................0 - 80 |
1ª / 2ª | 7,40 | 6,91 | ||||||
0 - 100 |
1ª / 2ª / 3ª | 11,43 | 10,51 | ||||||
0 - 120 |
1ª / 2ª / 3ª | 16,43 | 15,16 | ||||||
0 - 140 |
1ª / 2ª / 3ª / 4ª | 26,36 | 23,26 |
Distância percorrida (metros)
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|||||
0 - 400 m | 17,79 |
17,34 |
||||
0 - 1000 m | 33,35 |
32,48 |
Retomada de velocidade (tempo em segundos)
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||||||||
...............40 - 60 |
5ª |
8,43 |
7,86 |
||||||||
...............40 - 80 |
5ª | 17,18 | 15,79 | ||||||||
...............40 - 100 |
5ª | 26,17 | 24,19 | ||||||||
...............40 - 120 |
5ª | 36,64 | 33,80 | ||||||||
40 - 1.000 m |
5ª | 41,41 | 40,35 |
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Média de 4 passagens | 161,96 | 167,15 | ||||
Melhor passagem | 164,20 | 170,00 |
Nível de ruído - dB (A)
Velocidade real (km/h) | Marcha usada |
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0 | ponto morto | 48,3 | 53,8 | ||||
20 | 1ª | 61,7 | 63,8 | ||||
40 | 2ª | 64,6 | 68,9 | ||||
60 | 3ª | 66,7 | 70,7 | ||||
60 | 4ª | 67,3 | 69,8 | ||||
80 | 4ª | 69,1 | 73,1 | ||||
80 | 5ª | 68,4 | 72,7 | ||||
100 | 5ª | 70,7 | 71,5 | ||||
120 | 5ª | 72,9 | 76,2 |